Sim, quero crianças felizes, felizes com a vida, felizes consigo mesmo, capazes de descobrir a felicidade, lutar por elas mesmo em alturas menos felizes.
Sim, queria ter uma varinha de condão e afastar todos os problemas da vida deles, queria que nunca chorassem, que nunca fossem magoados, que nunca se sentissem na mó de baixo. Mas não tenho.
Tenho é a responsabilidade de orientar o voo, de ensinar a ver o copo meio cheio, de estar ao lado deles e de os apoiar.
Não acredito nas filosofias baratas em que em tudo o que corre mal há sempre algo de bom. Sinceramente, as pessoas que pensam assim, que acreditam nisso e que conseguem encontrar esse tal de bom, merecem toda a minha admiração. O questão é que nem em todas as situações se encontra algo de bom. Algumas delas não têm nada, mas mesmo nada de bom.
Eu sou uma pessimista terrível. Sou a pessoa mais stressada e preocupada. Que vê sempre o lado mau da questão, que não acredita muito na tal da felicidade e que passa a vida à espera que lhe caia algo em cima. Em suma, não sei como ser feliz, sem me preocupar com momento menos felizes.
Não quero isso para eles, quero sim, que usufruam dos momentos felizes, que não se deixem abater pelas mesmas dúvidas que eu, que não pensem que não merecem a felicidade.
Manuais para educar há muitos e nenhum deles acerta a 100%. Estamos a falar de pessoas em formação. Estamos a falar de pessoas que educam. Pessoas que têm sentimentos, dúvidas, frustrações. Seres humanos. Só nas máquinas é que tudo funciona de acordo com o manual e mesmo assim ninguém o lê.
Não sei educar. Vou aprendendo cada dia. Aliás, os meus filhos ensinam-me a cada dia. É que educar não é só ensinar a andar, falar, a comer com a boca fechada e dizer bom dia. Por isso procuro mais, mais daquilo que penso poderá a vir beneficiá-los e fazer com que eles saibam, sem sombra de dúvidas que eu estou aqui, para o quer e vier e mais qualquer coisinha.
Fui eu que os coloquei no mundo e porque quiz. A responsabilidade é minha.
3 comentários:
Gostei de ler. E sim, todos nós estamos em permanente aprendizagem e nunca chegaremos a saber tudo! Quanto à felicidade, ao optimismo e a ver as coisas pelo lado positivo sou um pouco diferente. Eu sou sempre muito positiva, acredito sempre que tudo tem um lado bom e talvez por isso apesar de todos os tropeções que tenho dado tenho conseguido seguir a minha vida sempre mais ou menos feliz!
Bjinho
Não sejas tão exigente contigo.Dizeres que não queres que elessejam como tu é uma impossibilidade. Têm mais coisas dos pais do que as suspeitadas.
Queremos tanta coisa, mas fica-se no queres. Educa com amor, e não esperes resultados.
Há tanta coisa que nos passa ao lado e ao nosso controle.
Tem calma, educa com firmeza e muito carinho. O resultado, logo verás,mas não ponhas a fasquia tão alta.
Olha que as desilusões podem ser muito depressivas.
Não vivas em função dos filhos, sei o que pareço a ouvir isto.
Nunca te esqueças que és pessoa e mulher, nunca, prometes?
Eles vãoser adultos independentes e autónomos e tu? Serás mãe para sempre mas de adultos e terás de ainda ser TU.
Não te percas nessa coisa de seres 'perfeita'. Já passei por lá a não traz nada de bom.
Um beijinho
As pessoas não são iguais, por mais que tu sejas a Mãe perfeita os teus filhos tem necessidades diferentes...Como Mães devemos ir ao encontro deles e até mesmo ao nosso e mesmo assim vamos falhar, mas também sem falhar nunca vamos dar o devido valor ao que foi e é certo!
É como ser muito feliz, só sabemos que determinada situação nos faz imensamente felizes se também soubermos o que é estar triste :)
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