"-Óptima mãe? - estranhava eu. - Óptima mãe, ou mãe simplesmente?E engane-se quem pensa que o livro é sobre a maternidade.
E tinha dúvidas, claro.
Às vezes, sentia-me desconfortada com as considerações demasiado poéticas que se teciam a respeito das mães em geral, como se uma mãe não fosse uma transgressora como outra qualquer, e, sobretudo, como se esse estatuto tantas vezes involuntário bastasse para nos absolver de todas as faltas e quase santificar.
(...)
Uma mãe é, quanto muito, para além da sua condição de hospedeira acidental, programada, imposta, resignada, relutante ou babada de um futuro ser pensante, alguém com coragem suficiente para investir a fundo perdido em desconhecidos.
(...)
Não, não era isso: no fundo, no que eu não acreditava era que houvesse, que alguma vez pudesse existir uma prova material que distinguisse a boa mãe da geratriz briosa, técnica ou galinácea, ou seja algo que nos conseguisse demonstrar, preto no branco, se uma mãe, quando triunfa, o consegue por amor, por orgulho ou por bambúrrio."
Boas festas!
Há 1 dia
1 comentários:
Esse é um dos meus! Já não me lembro da história mas sei que detestei! Acho-a insuportável! Estás a gostar, Noquitas? Não percebi...
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