Eu gosto de ler a
Maggie e as suas Carinhas Larocas, se bem que ela agora tenha andado afastada mas malas, não sei porquê. Ás tantas está a ter com elas uma
conversinha quiça do mesmo tipo que eu tenho com os meus sapatos, mas adiante.
Ora bem, e para que não pensem que no blog dela se fala só de malas, também se fala de filhos, gravidez, IVG, escolas, métodos de ensino, taxas moderadoras, e afins na perspectiva de uma mãe / mulher / trabalhadora que vive neste nosso Portugal, e que está sujeita às mesmas leis que todos estamos.
Recentemente muita polémica se levantou acerca das isenções e eu, continuo na minha, as grávidas devem ser isentas de taxas sim. As IVG devem ser isentas sim, mas com ressalvas, já que há quem as use como método contraceptivo e nesse caso deviam pagar e bem.
Sim, há quem use e abuse das isenções e outras facilidades dadas para quem não tem meios. Mas cortar naquilo que é mais básico? No apoio à família? Na saúde? Na educação? A mim dá-me vómitos e revolta-me as entranhas.
Falo de coração na boca, mãe de dois miudos pequenos, gravidezes ainda bem vivas na memória. Infertilidade e tratamentos ainda bem sentidos na pele.
Um filho custa dinheiro? Sim, muito mesmo.
Vale a pena? Sim, muito e SEMPRE.
Não pensem que estou aqui a romantizar a questão, ou a adoçar a pílula, sou bem realista e tenho os 2 pés assentes no chão. Não vim de uma família abastada, sou filha única de pais divorciados e a minha mãe cirou-me sozinha, por isso sei, por exemplo e vivência, que um filho é mais que jogar à bola, por lacinhos, bater palminhas e dar beijinhos nos dói-dóis. Não ganho balúrdios, aliás não ganho 1000€ por mês, nem no salário bruto, quanto mais no líquido.
Sei bem que uj filho não são só roupinhas, sapatinhos, da loja mais cara ou da feira. Da tia, da prima ou da vizinha. Não é só leite em pó, iogurtes, peixinho bom, ou carninha especial para os meninos. São contas no médico, despesas com a educação, o que fazer com eles nas férias.
O tema é polémico, e a mulher tem "tomates" por dizer que não concorda com as isenções das grávidas e outras opiniões que tal.
A mim, chateia-me mais os cortes, aquilo que aos poucos nos vão tirando, mas como é a bem da crise que se lixe a família. Querem andar na rambóia? Querem fazer filhos? Então paguem e não bufem. Deve ser o pensamento dos governantes, aqueles cujos filhinhos andam em escolas de elite, têm não sei quantas actividades extra curriculares, falam 300 línguas na perfeição e depois, na hora da procura de emprego têm uns curriculos jeitosos e uns padrinhos fenomenais.
Chateia-me que as escolas estejam como estão. Que os professores estejam como estão.
Que não se dê valor às crianças, que não se dê valor à família. Que se estejam a criar cidadãos de 1ª e de 5ª categoria. Mas, mais vale acusar quem diz o que pensa, do que ir contra as políticas que estão a ser implementadas, contrariando lutas e conquistas da geração dos nossos pais e avós.
Enquanto a mentalidade for mesquinha, a pensar no próprio umbigo e que se lixem os outros, nunca chegaremos a lado nenhum, nem teremos políticas sociais e educativas como deve de ser.
Mas esta é só a minha opinião. E eu sou uma simples abelhinha obreira, que tem de fazer o que lhe mandam para ter €€€ ao final do mês para cirar / educar os filhos.
Custam muito, fazemos cortes em tudo para lhes dar a eles. Arrependimentos? Nenhuns.