Que a maternidade não é igual para todos, isso todas sabemos. Que cada um a viva à sua maneira não é mistério para ninguém.
Sinceramente não considero que exista a
mãe perfeita ou o
filho perfeito (apesar de achar que os meus o são). Irrita-me, solenemente, que a sociedade exiga tal papel às mulheres, que também têm de ser exímias cozinheiras, excelentes donas de casas e profissionais de se lhes tirar o chapéu. Principalmente quando a
sociedade em questão são familiares
que já passaram pelas mesmas situações, mas que agora dão palpites como se para eles nunca tivesses existido problemas, dias complicados, dúvidas. Ou que digam que eles sim, coitados, sofreram a bom sofrer e que nós, as felizardas do momento, nem sabemos a sorte que temos, que a vida nos é tão facilitada e que somos umas complicadinhas.
Pessoalmente, acho piada que me digam que tenho tudo organizado/desorganizado consoante a pessoa que dá o palpite. Pessoas que: ou já se esqueceram, ou não têm noção, ou gostam de fazer os outros de parvos, ou gostam de bater no ceguinho. A sério, ou pensam que os outros são parvos, ou que nos fazemo ninho atrás da orelha, ou ainda (e pior) vivem de comparações em que os outros estão sempre pior. Mas, apesar do caos ou da organização, do cansaço, do pensar em quando posso voltar á minha caminha, ou sentar-me no sofá, cada vez que oiço
Mamaeeee e tenho uma macaquita agarrada a mim tipo lapa (imaginem os macaquitos bebés agarrados às mães e assim está minha filhota agarrada a mim); ou que tenho um
Mammyyyyyyyyyyy a dar-me abraços e beijos nem me lembro de tais pessoas.
A imagem ilustra bem, e em cada uma tenho uma pessoa certa a colocar na legenda, não exactamente a que lá está, em legendas minhas temos, da esquerda para a direita:
Imagem 1 - Aquilo que eu penso que faço
Imagem 2 - Aquilo que eu não me importava nada de fazer a tempo inteiro (ai que nunca mais ganho o euromilhões)
Imagem 3 - Aquilo que o marido, a mãe, a sogra e afins pensam que faço
Imagem 4 - O ar que faço quando se põem com palpites e comparações
Imagem 5 - Euzinha, mas sem ser ao computador, é mais em versão dona de casa
Imagem 6 - Aquilo que o marido, a mãe, a sogra e afins pensam que faço (confesso, não me importava nada de fazer uma sesta).
Importam-se de não rotularem as mães e de deixarem de pensar que somos super-mulheres capazes de autênticos milagres? (eu incluída, que sofre do síndrome de ouvir em demasia e de sofrer em demasia com os palpites)
Importam-se de deixar de andar com comparações parvas daquilo que era à trinta ou quarenta anos atrás?
Importam-se de ter noção da realidade?
Importam-se de ajudar naquilo em que realmente precisamos de ajuda e não apenas naquilo que vos dá mais jeito e quando dá mais jeito?
Importam-se? É que se importam abstenham-se de comentários.